ENGÊNERO IV

Apresentação

O Laboratório de Estudos de Gênero, Poder e Violência da Universidade Federal do Espírito Santo (LEG/UFES) dentre suas atividades realiza projetos de ensino de pós-graduação, grupos de estudos, pesquisas diversas e os mais variados eventos, destacando-se dentre eles o ENGÊNERO – Encontro de Estudos de Gênero. O Engênero I, ocorreu em 2014 e teve a participação de 187 pesquisadores de vários estados brasileiros e mais de 100 comunicações orais foram apresentadas. Os Anais online, com ISSN (2447-1755), publicou artigos completos na página do LEG/UFES. 

Em 2016, objetivando horizontes mais amplos, o LEG/UFES se uniu ao Núcleo de Pesquisa em Sexualidade e Educação (NEPS) e ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidades (GEPSs), ambos da UFES, e realizou ENGÊNERO II, que passou a ser um evento internacional - Encontro Internacional de Estudos de Gênero, para o qual se inscreveram 690 pessoas de várias unidades federativas nacionais (incluindo Distrito Federal) e de profissionais da Argentina, Uruguai e Portugal. Desse público, 319 pessoas atuavam, entre outras funções, na educação básica e/ou como trabalhadores culturais e em movimentos sociais enriquecendo os debates e pluralizando as experiências compartilhadas ao longo do evento. Como resultado foram publicados o livro “A política no corpo, gênero e sexualidade e disputa” (ISBN 978.85.777233-17) e os Anais do evento, com ISSN 2316-4948. 

O ENGÊNERO III, realizado em 2018, reuniu professores de vários cursos da UFES que trabalham com a mesma temática. O evento discutiu os saberes e as ações que a universidade tem desenvolvido no tocante à inibição ou manutenção de (pré)conceitos em relação à violência sofrida por mulheres. Sua programação diversa contou com conferências, mesas, simpósios temáticos, minicursos e apresentações artísticas e teve como palestrante a professora Hillary Carroll Hiner, da Universidad Diego Portales, do Chile. Foram realizadas 326 inscrições, sendo 13% de pessoas de paises como o Chile, Argentina, Colômbia, Espanha, Alemanha e Portugal. Foram organizados os Anais do evento, com ISSN (2447-1755), com publicações de artigos completos de comunicações aprovadas. 
Para a realização do ENGÊNERO IV, programado para os dias 28, 29 e 30 de março de 2023, cujo título “Encontro Internacional de Estudos de Gênero - ENGÊNERO IV - Violência Política ou Política de Violência? Entraves à Participação Feminina nos Espaços de Poder”, considera-se urgente a necessidade de se debater o quanto as mulheres e as pessoas marginalizadas e excluídas, em todo o mundo, sofrem violência política de gênero, mesmo depois de muitos anos lutando para conquistar um espaço nas instituições políticas, religiosas, educacionais e profissionais das mais diversas áreas.  

A ONU Mulheres, instituição que segue o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) em defesa dos direitos humanos das mulheres, em 2020, fez um levantamento no Brasil e constatou que, das mulheres que ocupam algum espaço político, 45% sofreram ameaças, 40% passaram por situações que atrapalharam sua agenda legislativa e 82% sofreram violência psicológica. 

No Brasil, nos últimos anos, a violência política contra a mulher se fez tão grande ao ponto de, em 04 de agosto de 2021, ser aprovada a Lei nº 14.192, que altera o Código Eleitoral e outras leis, e que estabelece regras de prevenção e combate à política contra a mulher. Esta lei dispõe sobre crimes de situações inverídicas atribuídas às mulheres durante o processo eleitoral ou situações criadas para dificultar seu desempenho durante o mandato eletivo, além de assegurar sua presença nos debates, antes e depois de eleitas. Contudo, as mulheres que se inserem nos mais diversos espaços políticos ainda são perseguidas, são ameaçadas e seus projetos e falas são desmerecidos. Sua credibilidade é questionada enquanto seus pares se sentem confortáveis em assediá-las e instigar sua ausência nos espaços públicos.

Frente à realidade constatada, o ENGÊNERO IV debaterá o quanto as mulheres e as pessoas marginalizadas e excluídas sofrem violência política de gênero e que, como reflexo das desigualdades, elas, além de transpor barreiras históricas para se eleger, enfrentam dificuldades para se manterem no poder conquistado. 

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