Os altos índices de feminicídio no estado do Espírito Santo são críticos. Na mesma semana em que a Lei Maria da Penha completou 11 anos duas mulheres foram assassinadas.
O resultado da última pesquisa DataSenado* sobre a violência doméstica e familiar contra as mulheres no Brasil foi divulgado no dia 07/06. O estudo chama atenção para o aumento do número de mulheres que declaram ter sofrido violência, o qual passou de 18%, em 2015, para 29%, em 2017.
Em abril de 2017, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego no primeiro trimestre do ano foi de 13,7%. Segundo o Instituto, isso significa que em três anos o número de pessoas fora do mercado de trabalho dobrou. Esse indicador é representativo da forte crise econômica que o país enfrenta e que tem preocupado a população, uma vez que o não exercício de uma atividade remunerada se traduz em dificuldades e exclusão social.
Estudos sobre tradição e costumes mostram de alguma maneira a dificuldade em formular uma definição precisa para os termos. O significado mais preciso para “tradição” define-se por ser uma prática fixa, normalmente formalizada, que se impõe pela repetição de qualquer prática social, por conveniência e para maior eficiência, que gera certo número de convenções. Quanto ao termo “costume”, entende-se a transmissão de hábitos históricos e a variabilidade do direito fundado ao longo do uso.
No último dia 10 de março, sexta-feira, portais de notícia locais noticiaram que duas mulheres foram vítimas de um assalto dentro da Universidade Federal do Espírito Santo, no Campus de Goiabeiras. Na ocasião, apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso de uma delas, foram levados dois notebooks e pertences das vítimas. Elas também foram trancadas na sala em que ocorreria a apresentação e ameaçadas caso gritassem por ajuda. Diante do fato, alguém poderia argumentar que essas duas mulheres tiveram sorte, pois, com exceção do prejuízo patrimonial, saíram ilesas.
No mês em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher um questionamento se faz pulsante: o que podemos comemorar?
É certo que muitas mobilizações têm marcado a luta contra os retrocessos para os direitos civis, sobretudo os femininos, a exemplo da Marcha das Mulheres, realizada em janeiro de 2017, e que mobilizou mulheres em todo o mundo.
No entanto, discursos conservadores inflamados proferidos por lideranças mundiais, marcados pela misoginia e xenofobia, continuam bradando aos sete ventos e tentam introduzir políticas contrárias aos direitos humanos.
No mês em que se comemora mundialmente o Dia Internacional da Mulher, há questões que merecem reflexões sobre a importância dessa data, pois em um país historicamente machista como o Brasil questionam-se quais são os avanços femininos em representatividade política? A Lei Maria da Penha tem sido eficaz no combate a violência contra as Mulheres? Esses são questionamentos importantes, e a busca por suas respostas nos possibilita refletir mirando a real necessidade de ampliar a luta e a militância, em prol do empoderamento feminino e em busca da igualdade de gêneros.
Não raro, vemos na mídia, notícias de violência contra mulheres envolvendo pessoas famosas, como o caso recente de Victor, da dupla Victor e Léo, acusado de agredir fisicamente a esposa, Poliana Bagatini, grávida do segundo filho do casal. São ainda exemplos notórios o dos atores Johnny Depp e Casey Affleck, este último denunciado de assédio sexual contra duas colegas de trabalho e premiado, como melhor ator, na última edição do Oscar.
O Laboratório de Estudos de Gênero, Poder e Violência da UFES compartilha o artigo do professor Nelson Piletti sobre a Reforma do Ensino Médio. Para acessar o texto publicado na Revista Espaço Acadêmico clique aqui.